António Aleixo é um dos maiores poetas portugueses. Mas, além disso é talvez o único poeta onde o seu talento tem características inatas. António Aleixo cria poesia, sem nunca a aprender, sem a ler, sem ser ensinado a produzi-la. Não tem referências que não seja quem o rodeia nas difrentes terras que percorreu. Nunca terá lido Pablo Neruda ou T. S. Eliott para se inspirar ou terá tido professores para lhe explicarem como se escreve corretamente ou como os poemas devem ser quebrados. Foi Loulé que considerou a sua casa esta terra orgulha-se dele, vivendo ou sobrevivendo ali em tempos muito duros para todos os trabalhadores portugueses e particularmente os que habitavam as zonas rurais. Mas de tudo isto sobra uma pergunta maior: “Até onde poderia a poesia de António Aleixo chegar se tivesse tido outras condições?”
Este projecto de realidade aumentada vai levar-nos a Loulé do principio do século XX e apresentar-nos os seus ambientes com António Aleixo, os seus amigos e as suas quadras. Uma verdadeira viagem pelo universo dos improváveis e a prova de que o talento não depende da educação, classe social, idade ou região